Diversas modalidades esportivas, competindo ao mesmo tempo e mobilizando muitos países ao redor do mundo. Assim são as Olimpíadas, o maior evento esportivo do planeta, que a cada quatro anos atrai os olhares dos cinco continentes para um único ponto no mapa, uma cidade escolhida para sediar o evento. E para representar a cultura desse anfitrião já se tornou tradição a escolha de uma mascote.
A mascote aparece em comerciais, material de divulgação, bottons, pôsteres, camisetas e muito mais. E como a imaginação não tem limites, ainda que seja comum a utilização de animais, algumas edições dos jogos já inovaram e utilizaram uma estrela e até símbolos da sorte chineses.
Começo
O bonequinho de cabeça vermelha Schuss, criado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 1968, em Grenoble, na França, foi o primeiro mascote dos jogos, e ainda que não fosse oficial, viu ideia “pegar” e ser repetida nos outros eventos, dessa vez oficialmente. Os primeiros acabaram então sendo os alemães, que tornaram o cãozinho basset, Waldi, a mascote oficial dos jogos de Munique de 1972.
Na sequência, a edição de 1976, que aconteceu em Montreal, adotou Amik (castor na língua indígena) como símbolo, representativo das tradições do país e fazendo alusão ao esforço natural do animal.
Guerra Fria
Mas um das mascotes mais famosos da história das olimpíadas foi, sem sombra de dúvida, o ursinho Misha, adotado nas em 1980, em Moscou (e que até chorou durante a cerimônia de encerramento). A mascote tinha até nome completo: Mikhail Potapych Toptygin. Misha fez tanto sucesso que acabou apagando o brilho de uma segunda mascote. O leão-marinho Vigri, que era a mascote do iatismo dos jogos, que foi pouco falado e hoje em dia quase não é lembrado.
Logo após a edição russa, foi a vez dos Estados Unidos, Los Angeles, tentarem superar o sucesso do ursinho Misha: a águia Sam. Desenhada por C. Robert Moore, um veterano desenhista da Disney, carregava a bandeira dos EUA no chapéu e tinha um visual que atraia o público infantil. Se tornou a marca registrada da edição de 1984, mas nem perto do sucesso russo, o que em tempos de Guerra Fria pode ter causado uma certa decepção.
Tempos modernos
Nos jogos de Seul, na Coreia, em 1988, quem ganhou os olhares do público foi o tigre Hodori, desenhado por Kim Hyun, mas, assim como Vigri em 1980, Hodori teve uma versão ofuscada, Hosuni, a tigresa, que foi praticamente esquecida durante os jogos. O que talvez tenha influenciado as mudanças que acabaram se seguindo.
Em 1992, os mascotes perderam o apelo infantil e Cobi, o cão criado por Javier Mariscal para os jogos de Barcelona, demorou, mas caiu nas graças dos espanhóis, mas nada comparado ao que viria a seguir.
Criado a partir de sugestões enviadas por crianças de todo o mundo, a mascote Izzy (nome que deriva do original “Whatizit?”, em português “o que é isso?”) era uma figura indefinida e ficou conhecida como “frankstein de Atlanta”, se torando o símbolo da edição de 1996.
E o mal gosto continuou na Austrália, em Sidney 2000, quando Matthew Hatton criou as mascotes a partir de três animais nativos da região, Olly, Sid e Millie (uma kookaburra, um ornitorrinco e uma equidna, respectivamente), que beirava o infantil e fez pouquíssimo sucesso. E tudo fica pior em 2004, nas Olimpíadas de Atenas, com a criação de Phevos e Athena, duas figuras que lembravam pessoas, mas de tão feios, foram batizados pelos gregos de “impessoas”.
A Volta por Cima
Na edição passada, em 2008, quando a cidade de Pequim, na China, foi sede dos jogos olímpicos, os mascotes eram os “Fuwa”, que significa “Crianças de boa sorte” em mandarim. Eram cinco mascotes: Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini. Cada um deles carregava a cor de uma das argolas olímpicas e tentava regressar a uma certa tradição de simpatia entre a mascote e o público, que aceitou com facilidade as figuras.
Esse ano a cidade sede dos Jogos Olímpicos será Londres e a mascote já foi anunciado: Wenlock e Mandeville, duas gotas do aço de Bolton, cidade industrial do noroeste da Inglaterra.
Em 2014, quando as Olimpíadas virão para o Rio de Janeiro, a mascote provavelmente será o macaco Muriqui, espécie nativa da região que corre risco de extinção. Sua candidatura oficial foi lançada em 2011, mas a decisão final ainda não foi tomada, ainda que, obviamente, já pareça ser uma decisão muito mais acertada que o Frankenstein de Atlanta ou as “impessoas” de Atenas.
Conheça os Mascotes das Olimpíadas
Olly, Syd e Millie (Sidney – 2000)
Athena e Phevos (Atenas – 2004)
Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini, os Fuwa (Beijing – 2008)